sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nunca te esqueças

Nunca te sintas culpada por razões alheias ao teu comportamento. Limita-te, apenas, a viver na tua esfera humana. Ignora o toque dos outros e concentra-te no poder do teu mundo. Em Tempo de Guerra, vislumbra, somente, o que é teu. O egoísmo, às vezes, pertence-te. A sinceridade ultrapassou os limites transversais do teu sistema.
Pára. Senta-te sobre a cadeira de madeira clara. Pousa as tuas mãos sobre a mesa rugosa e sente-lhe a ausência de vida. Sente a frieza da pedra enegrecida pelo Tempo. Reflecte sobre a matéria inexistente que vagueia na tua Alma e sobre o espírito que corre no teu Sangue. Ouve o bater do teu coração, sente-lhe a pulsação, sente-te viva. Capta com atenção o que o teu mundo sentimental te transmite. Pensa em ti, novamente. Esquece o que o raciocínio te quer mostrar. Vive os sentidos. Aplica as Forças que te caracterizam e observa o Impulso que o Destino lhes deu. Divaga sobre o que o Tempo te trouxe. Levanta as tuas mãos e caminha sobre o chão do teu quarto. Olha pela janela e vê o mundo exterior. Vê a vida passar. Vê os outros seres que contigo passam esta Vida. Observa, atentamente, as árvores dos jardins vizinhos. Constata o que é a Natureza e as regras das Palavras do Mundo.

Depois, quando te sentires, suficientemente, preparada, coloca-te ao nível do horizonte e deixa-te levar pelo soprar do vento que corre no auge da tua vida, terreste e passageira. Talvez estes devaneios expressos em frases curtas e simples, sem ciência, nem eloquência sejam, apenas, desabafos, resultado do que a Vida não me deu e que eu, portanto, não recebi, nem procurei.
12 de Maio de 2010

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