segunda-feira, 26 de julho de 2010

Estilhaços distantes

Foi na sala da minha vida sentimental que aquela vela dourada, patente no castiçal de prata antigo, reflectiu momentos nocturnos cessados pela ânsia raiva do tempo. Aquela última vela desvaneceu, apagou-se repentinamente, a cera consumiu-se e com ela recolheram momentos cruciais.

Recordo-me da circunstância em que ela se apagou, do vazio existente naquela sala, da frieza envolvente. Ressaltam ainda lembranças da escuridão, após aquele momento determinante, salientam-se no meu interior os sentimentos cerrados e profundos que ainda hoje permanecem.

Porém, hoje é o dia de alterar tais pensamentos de mágoa, tais estilhaços tristes do meu ser. Hoje é dia de rasgar o azul do céu, de implementar pensamentos contentes, de viajar por locais, caminhos e estradas desconhecidas, de divagar num mar de contentamentos presentes à face deste Mundo.
Tudo porque, um dia, aquela vela dourada voltará a acender-se certamente, dando ao meu rosto triste uma nova faceta alegre, trazendo-me um brilho de novo no olhar.
6 de Março de 2010

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