sexta-feira, 23 de julho de 2010

De quem mais nada tem ou pode ter

As lágrimas começaram a correr pelo meu rosto, alagando por completo o meu coração cansado, enchendo-o de mágoa e de uma tristeza crescente. A pulsação acelerou-se. O medo preencheu o meu rosto apreensivo. O sangue caiu sobre o chão da eternidade e com ele a vida perdeu o rumo mortal. A dor acentuou-se perdidamente num corpo fragilizado. O frio entranhou-se.
Permaneci, assim, sentada, prostrada e profundamente revoltada com o que a vida me trouxe. Divaguei, inutilmente, no momento. Revivi um emanharamento de pensamentos e de emoções desprezíveis. Reclamei comigo mesma pelo que fiz e pelo que não farei num futuro já não inexorável à minha existência.
Constatei que a distância entre mim e a solidão se estreitou definitivamente, permitindo a junção perfeita da tristeza negra e dos sentimentos escuros distantes da vida passada.
Até um dia.
16 de Abril de 2010

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