domingo, 10 de outubro de 2010

As asas que nos abraçam e nos enganam

As asas do tempo envolveram-me... levando-me a pensar que se ficasse estática nada de mal me aconteceria naquele momento bélico. Todavia, com os seus movimentos audazes, com o auge do voo actual, com a sua eficácia ilusória, com os seus olhares perspicazes, com as suas armas potentes, com a batalha criada... enganaram-me fria e cruelmente. Rasgaram-me o coração. Esvaziaram-mo. Depois com todo o vendaval sentimental gerado, alguém suficientemente maldoso encheu o meu órgão mais vital perdido com duras e frias pedras. Tornaram-me naquilo que hoje sou. Deixei, simplesmente, de ser o que fui. Transformaram-me no estridente sentimento do mal, retirando-me o meu mortal romantismo, que em tempos, eu achara eterno. Achei por bem dizer um adeus simples e modesto. Deixei que as lágrimas que banhavam o meu corpo caíssem derradeiramente no chão. Escondi-me do mundo, aquele que eu anteriormente idolatrava como meu, mas que agora odiava com todas as forças naturais. Certamente voltarei, um dia, melhor que agora. Mais forte... mais sábia do que neste mundo acontece e se revela determinantemente assustador. Adeus, meu silêncio triste.

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