Um dia fui transportada, por um sentimento vestido de negro, para outro mundo sem que me apercebesse. Despida de mágoas, fui ao encontro de seres desconhecidos. Lívida, libertei toda e qualquer palavra interior que pudesse desejar expressar com o coração. Alegre espiritualmente, despedi-me da forma como quis e me foi possível. Desperta para a vida, encerrei o antigo testamento que me foi entregue. Livre, cedi, inutilmente, um pouco de mim a quem nunca me quis conhecer.
É acessível recordar esse mundo. Um mundo onde a verdade não existe, onde cada rosa é ausente, onde os espinhos são abundantes. Onde cada lágrima é falsa e composta por sentimentos obscuros e desleais. Onde cada estrada nos mostra o mesmo caminho. Onde cada pessoa é, pura e simplesmente, igual. Onde os anjos existem e se manifestam bruscamente.
Nunca esquecerei certos momentos em que a vivência patente em crenças esmoreceu. Foi triste ouvir e dizer um adeus frio em sentimento e, igualmente, desconfortante para o coração de quem o disse e o ouviu.
3 de Abril de 2010
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