sábado, 27 de fevereiro de 2010

Imploro ao vento

Hoje quase todas as frases escritas na minha memória apagaram-se.
A força bruta do vento levou uma parte de mim, sem pedir autorização. Trouxe, novamente, aquele bloqueio constrangedor, motivado por razões minhas velhas conhecidas. Prendeu-se com toda a sua força e amarrou-se, a mim, para não mais sair. Hoje estou presa em pensamentos profundos, ontem meramente superficiais. Uma mágoa fria arranhou e quase rasgou o meu coração, vagueando, de momento, na minha atmosfera humana triste.
Imploro, agora, ao soprar do vento agreste que me faça esquecer o que sei, que apague o que na minha memória restou gravado, que os espectros regressem ao meu mundo... hoje perdido num emaranhado de sentimentos infelizes.
Talvez, amanhã, quem sabe, sentar-me-ei na relva macia, esquecerei todo e qualquer assunto que me relacione com aquela realidade, derramarei aquelas lágrimas que limpam os jovens espíritos inquietos.

27 de Fevereiro de 2010

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